Estuário

Foto: Carol Castro

O estuário da Lagoa dos Patos é um dos maiores corpos d'água brasileiro em extensão, com água calma e rasa, abriga uma enorme biodiversidade. No estuário há canais que pode chegar até 15 metros de profundidade, mas a média é de 2 metros, fazendo com que a luz penetre facilmente na água, já que o fundo está relativamente próximo a superfície.

Nessa região, desemboca a água de boa parte do estado, trazendo grande quantidade de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, mas junto acompanha metais e herbicidas. Devido a luz e a riqueza de nutrientes, a área é extremamente produtiva.

Hora salgada, hora salobra, o habitat causa um estresse salino para os organismos, a variação no teor de salinidade pode ser um problema para alguns, já que necessitam de uma adaptação fisiológica para sobreviverem nesse ambiente. Os organismos presentes no estuário são conhecidos como eurialinos, isso significa que possuem uma ampla faixa de tolerância a salinidade.

O nível da água do estuário pode sofrer alterações bruscas, esse variação se deve a direção e intensidade do vento, já que o corpo d'água é raso, e a quantidade de chuva no interior do RS, que também contribuí para essa variação. Outra característica da água é a turbidez, que se deve a grande quantidade de sedimento no estuário.

Foto: Carol Castro

O estuário atua como um berçário para muitas espécies de peixes e crustáceos, devido a riqueza de nutrientes e ser relativamente protegida, já que não há muitos predadores de grande porte. É característico do local, corvina, tainha e linguado, que se desenvolvem no estuário e quando adultos retornam para o mar. Esses peixes juvenis servem de alimento para as garças, biguás, maçaricos e colhereiros. Já os peixes, se alimentam de organismos bentônicos, como moluscos e poliquetas. Como predador de topo característico do local, encontramos o boto.

Como importância econômica, o estuário da Lagoa dos Patos tem grande potencial turístico, sustenta a pesca e a navegação do mercado nacional e internacional. Por outro lado, também há problemas ambientais, como o lixo mal descartado que chega ao local afeta todo o ciclo de vida dos organismos, a pesca excessiva, a ocupação humana na margem costeira, a eutrofização devido ao descarte inadequado do esgoto, todos esses fatores afetam de alguma forma a vida dos seres vivos daquela região.